Últimos dois dias em Berlim

Faltando dois dias para embarcar de volta ao Brasil, fui conhecer um dos Zoológicos mais bonitos do mundo. É o mais antigo jardim zoológico na Alemanha e apresenta a mais completa coleção de espécies no mundo. Foi aberto em 1844. Com uma área de 35 hectares, esta localizado no parque Tiergarten.

Foi preciso umas duas horas para conhecer todo o zoológico e realmente foi fascinante, se você tiver tempo, deve visitá-lo.

Depois de caminhar muito (sim, muito) e almoçar num fast food qualquer, cheguei ao Palácio Reichstag. Depois de uma fila gigantesca (agora parece que deve-se agendar o dia e o horário) entrei no Palácio e peguei o elevador que leva direto a base da Cúpula da Nação, que oferece uma das vistas mais privilegiadas de Berlim. É possível fazer um tour pela cúpula com fones de ouvido e a narração em português.

A poucos metros dali, fui conhecer a Chancelaria Federal, uma série de prédios administrativos, com um arquitetura de dar inveja em muitas cidades.

A tardinha, peguei o metro errado e fui parar no Checkpoint Charlie, uma sorte, porque realmente queria conhecer esse ponto, que um dia foi de controle entre as duas Berlim. Era o único ponto de passagem a pé ou de carro para os soldados, diplomatas e visitantes estrangeiros. Diz a história que não era tão difícil para as pessoas da Alemanha Ocidental conseguir um visto de entrada para o lado Oriental, mas era praticamente impossível o berlinenses do lado Oriental visitar a parte Ocidental.

Uma pequena casa de guarda foi simbolicamente construída no local onde se encontrava a original (mantida em um museu bem pertinho dali).

E para finalizar o penúltimo dia, ouvi falar de uma exposição sobre o nazismo e Hitler: Hitler Und Die Deutschen. Achar essa exposição foi incrivelmente difícil (consegui chegar ao local somente uma hora antes do fechamento do Museu, e por sorte naquele dia a entrada era gratuita), depois de muitas perguntas (somente um policial deu a orientação, todo e qualquer pessoa que eu perguntava, era só ouvir falar em Hitler, que desconversava). Foi impossível tirar qualquer foto dentro das galerias, mas foi um dos momentos mais chocantes da viagem inteira. Poder ver fotos, uniformes, a famosa bandeira, foi bastante intrigante.

No último dia, exclusivamente para últimas compras. Sim, Berlim é uma ótima cidade para fazer compras. Preços razoáveis e interessantes. Recomendo a Ka De Wu, a Harrod’s da Alemanha, e a Galeria Kaufhof com preços mais acessíveis.

Hora de embarcar de volta ao Brasil, mas agora com o desejo de conhecer o sul da Alemanha.

Berlim: Memorial ao Holocausto e Tiergarten

Entre a Porta de Brandemburgo e a Potsdamer Platz, fica o Memorial ao Holocausto (Memorial aos Judeus mortos na Europa), projetado por Peter Eisenmann e inaugurado em 10 de Maio de 2005. A decisão da construção desse memorial foi marcada por muitas controvérsias desde que o parlamento alemão oficializou a intenção em 1999. O passeio panorâmico pela cidade (que aconteceu no dia anterior), apenas passa rapidamente, mas aconselho um retorno e pelo menos alguns minutos de reflexão por ali. É uma área de 19 mil metros quadrados, em um campo ondulado, dividida em corredores por colunas de concreto que variam de tamanho (entre 0,95 e 2,38 metros de altura) – um quarteirão inteiro. E o melhor, é um passeio gratuito.

Foi um dia bastante corrido, pois estava vindo de uma manhã bastante interessante no famoso parque Tiergarten (foto abaixo)que antigamente era o lugar de caça, preferido, para os reis da Prússia. O Tiergarten é um dos maiores parques abertos da Europa. O monumento mais interessante é a Coluna da Vitória (foto ao lado), uma estátua que lembra as guerras da Prússia e do Império Alemnão contra a Dinamarca, Áustria e a França, entre 1864 e 1871. A figura dourada no topo da coluna representa a deusa Vitória. Em volta da coluna há canhões dourados, conquistados na guerra contra a França em 1871. É possível subir no miradouro e desfrutar de uma vista panorâmico, mas quando eu estava por lá, eles estavam reformando a estátua, uma pena.

E no final do dia, estávando caminhando por duas das ruas mais badaladas da cidade: Unter den Linden e Friedrichstraße. Diversos cafés e restaurantes, lojas de grifes como Mercedes, Tommy, Lacoste, e muito mais. Uma excelente opção para encerrarmos o terceiro dia em Berlim.

Berlim e o muro

Berlim não esta mais separada por um muro desde 9 de Novembro de 1989. O comunismo perdeu seu poder muito mais rápido do que o mundo imaginava.

O muro permaneceu durante 28 anos entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental, e a intenção era justamente separar a população da cidade. No início, o muro era simplesmente uma barreira improvisada de arame farpado, mas com o decorrer do tempo, foi tomando sua forma, com torre de vigilância, trincheiras e soldados, em uma extensão de 155Km. Os desenhos do muro, que ficaram bastante famosos, era do lado da Berlim Ocidental. Era uma forma de protesto que ficou conhecida no mundo inteiro. O passeio pela cidade incluso no pacote, me levou até um pedaço que sobrou do Muro de Berlim.

Somente depois da queda do muro, foi possível que os artistas da cidade, pudessem pintar o lado Oriental, transformando assim, a maior galeria de arte ao ar livre, do mundo. Seu maior destaque é a obra “O Beijo da Morte”, pintura que mostra o beijo da saudação dos líderes comunistas, Breshnev da União Soviética, e Honecker da RDA.


Berlim respira história

Minha viagem para Berlim merece não somente um post, mas uma série deles. Foram cinco dias na capital da Alemanha, o suficiente para conhecer o melhor que a cidade pode nos oferecer: seja pela sua arquitetura histórica/moderna, pelos monumentos marcantes e pela sua própria história diante dos seus olhos.

Cheguei a tardinha e me hospedei no Hotel Dorint Airport Tegel, bastante diferente do Dorint que eu me hospedei em Amsterdam (este era bem simples, mas confortável). Levando em consideração a localização, mais uma vez eu estava ao lado do aeroporto, porém há apenas uma quadra do hotel tinha o metrô, que em menos de 20 minutos estava no centro da cidade.

Assim que acomodei minha bagagem e conheci o Hotel, fui conhecer o Bairro Mitte (centro antigo de Berlim) com uma série de bares e restaurantes. Como o idioma ainda era estranho aos ouvidos, resolvi não arriscar e jantar no McDonalds. Fazia muito frio (era Novembro de 2010), mas a vontade de dar uma volta caminhando superava a baixa temperatura e o mais bacana é que quando andamos em algumas ruas erradas, o inesperado acontece. No meu caso, foi encontrar a Porta de Brandeburgo totalmente iluminada, quase deserta (eram quase dez horas da noite), no final da Avenida Unter den Linden (onde se encontra diversas lojas de grifes, junto com a Avenida Friedrichstraße). Iria voltar naquele mesmo local no dia seguinte com o passeio pela cidade, mas mesmo assim, estar diante do símbolo da história de Berlim foi inacreditável.

A Porta de Brandeburgo representa o poder, mas também as fraquezas, a divisão e a união, as vitórias e as derrotas de toda população da Alemanha. Foi construída entre 1789 e 1791, por Karl Gotthard Langhans a pedido do Rei Friedrich Wilhelm II. O portão tem cinco passagens, todavia, inicialmente somente em duas delas era permitido o acesso do público geral, deixando assim, três passagens reservadas para o uso privado da família real, pois antes de 1920 era a principal entrada da cidade. A Porta também serviu como local para desfiles militares durante o período nazista. Por quase 30 anos, permaneceu isolada, quando o muro foi erguido em 1961. Até 1989, separava as duas metades de Berlin e foi um símbolo da divisão da Alemanha (Alemanha Ocidental na fronteira alemã). Hoje simboliza a reunificação da Alemanha.

Logo cedo do dia seguinte, o city-tour pela cidade, passou pelos principais pontos de Berlim, mas destaco alguns como a Biblioteca Antiga, também chamada de Kommode. Localizada na Avenida Under den Linden, hoje ela faz parte da Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade Humboldt. O memorial da Queima dos Livros (Praça Bebel) fica em frente. Aconteceu em Maio de 1933 ordenada por oficiais nazistas. É possível ver, através de uma janela no solo, uma Biblioteca vazia, com capacidade para 20.000 livros. Exatamente a quantidade de livros que foram queimados ali. Uma placa contendo uma citação de Heinrich Heine convida os visitantes a refletir sobre esse episódio da história alemã: “Isso só foi o começo. Onde livros são levados às chamas, no final, pessoas também serão queimadas”.

Em continuação ao passeio, fomos conhecer panoramicamente o Memorial do Holocausto, Muro de Berlim, Potsdamer Platz, Parlamento Alemão (primeira foto deste post) e a Chancelaria Federal, que abordarei mais tarde nesse blog.